Futebol internacional

Após o assassinato de dois adeptos suecos em Bruxelas, as seleções de Bélgica e Suécia recusaram voltar ao campo e o jogo foi cancelado

Pouco antes de começar o Bélgica-Suécia, dois adeptos suecos foram mortos a tiro nas ruas de Bruxelas. Os jogadores foram informados do alegado ataque terrorista ao intervalo e não quiseram retomar a partida. “Era emocionalmente impossível voltar a jogar”, disse Victor Lindelöf, capitão da seleção nórdica e antigo jogador do Benfica. Pelas 23h, todos os adeptos ainda estavam retidos no Estádio Rei Balduíno por motivos de segurança

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Dois adeptos suecos foram mortos, a tiro, em Bruxelas e pouco antes do Bélgica-Suécia começar. Quando os jogadores de ambas as seleções foram informados do sucedido ao intervalo, os visitantes não quiseram regressar ao campo e os belgas, em consonância, concordaram em pedir à UEFA que cancelasse a partida. Pelas 23h de Portugal Continental, os adeptos e toda a gente de ambas as equipas ainda se encontravam retidos no Estádio Rei Balduíno, por motivos de segurança.

“Na sequência de um alegado ataque terrorista esta noite em Bruxelas, foi decidido, após terem sido consultadas as duas seleções e as autoridades policiais locais, que o encontro de qualificação para o Euro2024 entre Bélgica e Suécia está cancelado”, informou a entidade que rege o futebol europeu.

As equipas recolheram aos balneários no intervalo e já não regressaram ao relvado. O jogo da oitava jornada do Grupo F, inicialmente suspenso, foi posteriormente cancelado pela entidade que tutela o futebol europeu. Bélgica e Suécia estavam empatadas 1-1 ao intervalo, com o sportinguista Viktor Gyökeres a inaugurar o marcador aos 15 minutos e Romelu Lukaku a igualar para os belgas, aos 31', de grande penalidade.

Pelo menos duas pessoas foram baleadas no bairro de Molenbeek, em Bruxelas e, por volta das 22h em Portugal Continental, o atirador ainda não tinha sido detetado pela polícia, confirmou à Lusa a porta-voz do Centro de Crise Nacional da Bélgica.

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Para lá dessa hora, todos os adeptos ainda estavam retidos no estádio por motivos de segurança, enquanto informações iam sendo periodicamente dadas no sistema de som do recinto, escreveu “Het Laatste Nieuws”, jornal belga que foi recebendo relatos de várias pessoas que estavam dentro do Estádio Rei Balduíno.

Fredrik Reinfeldt, presidente da Federação Sueca de Futebol, confirmou que ambas as seleções concordaram em pedir à UEFA que parasse o jogo. “Foi a melhor decisão. Temos de mostrar respeito pela escolha dos futebolistas. Os jogadores suecos têm família nas bancadas, são 700 adeptos com camisolas amarelas. A segurança dessas pessoas vem primeiro”, disse, numa comunicação à imprensa.

Victor Lindelöf, capitão da Suécia e antigo jogador do Benfica, deu conta da “grande solidariedade” que os nórdicos receberam dos adversários, pois “era emocionalmente impossível continuarem a jogar”, lamentando: “Só de pensar que alguém foi assassinado com uma camisola sueca vestida… Infelizmente, vemos pessoas com armas em todo o lado na sociedade.”

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Yves Stevens, porta-voz do Centro de Crise Nacional da Bélgica, confirmou à agência Lusa o tiroteio: “Posso confirmar que houve um tiroteio ao início da noite e que pelo menos duas pessoas morreram. Informámos todos os nossos parceiros para saber que consequências pode haver.” E acrescentou que o atirador ainda não foi detido. O centro de crises reúne-se ainda na noite desta segunda-feira.

Um vídeo aparentemente do momento do crime, difundido pelas redes sociais, mostra uma pessoa com uma arma de fogo a disparar no meio de uma rua. Enquanto as pessoas que estão na rua fogem, o atirador entra num edifício e pelo menos três tiros são audíveis.