“O mister Marinho Peres foi uma pessoa especial. Era um bon vivant, gostava de comer e de beber. Era mesmo aquele brasileiro nato, à antiga.
Lembro-me, quando eu era jogador, que ele brincava sempre com o Luizinho, também brasileiro, dizia que ele era melhor do que ele, picavam-se um ao outro.
Era um treinador que tinha bom relacionamento com os jogadores, gostávamos dele. Naquela altura, no início do campeonato, estivemos muitos jogos sem perder, mas depois sabemos como é no futebol, quando começas a não ter bons resultados, vais à vida. Mas foi uma pessoa de quem gostei.
Era muito supersticioso. Jogámos contra o Inter de Milão, em Milão, chegou a hora da reunião e ele não aparecia. O que se passa, o que não se passa, ninguém sabia. Fui ao quarto dele, entrei lá dentro e vi imensas velas. A partir daí começamos a brincar com ele: ‘Então, era macumba, não era mister?’ [risos].
Era um gajo muito bom.”