Quando os futebolistas do PSG chegaram ao aeroporto de Paris, depois de conquistarem a Ligue 1 em Estrasburgo, o oitavo título em 10 anos, foram recebidos apenas por três adeptos. Há um divórcio latente, quase incómodo para quem vê de longe. Os parisienses venceram a liga a uma jornada do fim com mais quatro pontos do que o surpreendente Lens, de regresso à Liga dos Campeões duas décadas depois.
O golo em Estrasburgo foi marcado por Lionel Messi, o homem que nos traz aqui. Quando acabou a partida, o sul-americano ficou no relvado a oferecer autógrafos. Cumprimentou companheiros e adversários. No balneário, enquanto os outros faziam a festa pelo 12.º título nacional do clube, Lionel Messi vestia-se serenamente. Na mente talvez tenha os assobios que lhe ofereceram durante a época, no corpo porventura leve a indiferença.
Mas o argentino, campeão do mundo em dezembro no Catar e que assinou 16 golos e 16 assistências na Liga Francesa, conseguiu algo tremendo: alcançou Daniel Alves no topo da história deste desporto com 42 títulos conquistados na carreira. Com o primeiro detido acusado de violação, é fácil prever que o canhoto vai superar o brasileiro facilmente, talvez já na Supertaça de França no início da época.
Segundo o “Globo”, Messi conquista um título a cada 24 jogos disputados, o que é assombroso para quem começou há tanto tempo lá atrás. Dos 42 troféus que ajudou a levantar, 35 deles foram erguidos no Barcelona. Recentemente, o ressurgimento da seleção argentina, com vitórias na Copa América, Finalíssima e Campeonato do Mundo, também contribuiu para engordar o palmarés do mago, o futebolista com mais Bolas de Ouro da história do futebol.
Os papa-títulos como Pelé, Andrés Iniesta e Maxwell, com 37 títulos, ou Ryan Giggs e Gerard Piqué, com 36, ficaram lá atrás no retrovisor do zurdo há muito tempo. Nesta lista mágica há dois portugueses com registos grandiosos: Cristiano Ronaldo, que não conseguiu conquistar a Liga Saudita, venceu 34 competições, enquanto Vítor Baía levantou 33 taças.
O futuro de Leo Messi é incerto. Joan Laporta, o presidente do Barcelona, já falou sobre o regresso da maior figura da história do clube. Um outro dirigente assumiu essa intenção. Os jornais garantem que há princípios de acordo para começar as negociações. Por outro lado, um ingresso no desolador futebol da Arábia Saudita, o país para onde voou sem autorização do PSG e levou a uma suspensão, não estará fora de hipótese. A MLS está sempre à espreita e um regresso à Argentina seria o conto de fadas improvável. Será uma das novelas de verão, seguramente.