Os futebolistas sabem quase tudo sobre as pequenas coisas do jogo. Muitas vezes detetam detalhes que escapam aos adeptos e, ocasionalmente, aos árbitros. O capricho de uma bola. A rotação dessa ferramenta que permite adivinhar o futuro. As rotas nas viagens aéreas. O significado de algumas mudanças de rumo. O barulho da caneleira, o som de algo a estalar na bota. Os movimentos. As tentações. A malandrice.
Os futebolistas sabem quase tudo sobre pequenas coisas do jogo e Howard Webb, o ex-árbitro inglês que agora é o responsável por aquele departamento da Premier League, quer chamá-los para essa labuta de apito na boca. O senhor que impunha respeito nos jogos da Liga dos Campeões e da Liga Inglesa, de 51 anos, quer promover uma espécie de revolução na arbitragem britânica.
“Temos de ver como podemos atrair pessoas. Sempre tivemos dificuldade em ter ex-jogadores envolvidos na arbitragem”, admitiu em entrevista à BBC. “Mas tenho a certeza de que alguém vai querer ser pioneiro.”
Howard Webb, que apitou a final do Campeonato do Mundo de 2010, aponta para uma pessoa que tenha jogado nas ligas profissionais do futebol inglês, não necessariamente aqueles que jogaram “ao mais alto nível”. O ex-árbitro procura, sim, “alguém que tenha tido uma carreira razoável, com um bom conhecimento do jogo, que talvez perto dos 30 tenha tido uma lesão ou que tenha deixado de jogar com regularidade”.