Dez minutos faltam para as 20h, há muito marcada na agenda como hora de arranque da final da Liga dos Campeões no Stade de France, em Paris, e nada. Ninguém no relvado, nenhuma cerimónia de abertura a arrancar. Poucos segundos demoraria até as agências de notícias, além de jornais ingleses e franceses, darem conta de um aviso da UEFA: por "motivos de segurança", o início do jogo seria adiado para as 20h15.
Pouco depois, os ecrãs gigantes do estádio iluminaram com uma mensagem, mais informativa: "Devido à chegada tardia de adeptos, o jogo foi adiado. Informações adicionais serão dados em 15 minutos, no máximo". A incerteza pairava no ar, o recinto estranhamento cheio de silêncio, até as redes sociais começarem a partilhar vídeos gravados no exterior do estádio.
O "The Guardian" citou relatos de gás lacrimógeneo a ser usado pela polícia francesa contra grupos de adeptos a acumularem junto a uma das entradas do estádio. Às 20h09, os jogadores do Real Madrid e Liverpool juntavam-se no túnel de acesso ao relvado, correndo depois de volta ao campo, em equipamento de treino, para reaquecerem músculos esfriados pelo atraso.
Já eles estavam a repetir exercícios quando, às 20h15, um novo quarto de hora de adiamento era anunciado. Depois, em reportagem nas redondezas do estádio, um repórter da "CNN Portugal" ouviu de um adepto, vindo da Grécia e de bilhete na mão, como chegou mais de 2h30 antes ao Stade de France e não conseguiu entrar, queixando-se da ação policial e da "desorganização".
Pelas 20h20, o relvado estava com um pano azul estendido, sintoma de que a cerimónia de abertura poderia estar prestes a arrancar. Três minutos depois, o aparato festivo começaria mesmo, como se nada fosse.
Oficialmente e além das mensagens reproduzidas nos ecrãs gigantes do Stade de France, a UEFA nada anunciou. Também este fim de semana, em Paris, decorre o torneio de Roland Garros, a cerca de 13 quilómetros do bairro de Saint-Denis, onde se encontra o estádio onde não era suposto a final da Liga dos Campeões se realizar.
A decisão desta edição da maior prova de clubes na Europa era para acontecer em São Petersburgo, mas foi posta em Paris a 25 de fevereiro, um dia após a Rússia invadir a Ucrânia.