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Expresso

“Apanhei uma bactéria, fiquei 20 dias internado, fiz três cirurgias para limpar o joelho, perdi 12 kg e estive em risco de ficar sem perna”

Gonçalo Santos, 35 anos, é treinador adjunto no Real Massamá e diz querer chegar longe na nova carreira que acabou de abraçar. Bicampeão croata pelo Dínamo Zagreb, viveu um pesadelo à conta de uma bactéria hospitalar que lhe deixou o joelho cheio de costuras. Ainda jogou no D. Aves e no "seu" Estoril Praia, onde diz ter vivido o momento mais triste da sua vida, a descida de divisão, antes de dar um pulinho ao Chipre, para depois arrumar as chuteiras de jogador no Vilfranquense, na época passada

Nuno Fox

Como foi parar ao Dínamo Zagreb?
Tive várias abordagens, mas a proposta do Dínamo foi a mais concreta. O Dínamo antecipou-se porque fui vendido no início de junho. Normalmente os clubes nem compram tão cedo, mas o clube fazia a qualificação para a Liga dos Campeões em julho e começou a preparar a época mais cedo.

Quando aterrou na Croácia qual foi a primeira impressão?
A primeira vez fui com o Baidek e com o advogado. A minha mulher já lá tinha estado, e nas férias também fomos ver a Croácia, por isso quando aterrei em Zagreb já estava ciente do que ia ver. Não é na costa da Croácia, que é muito bonita e aconselho todas as pessoas visitar, mas é uma cidade bonita.

Como foi recebido no balneário?
Bem. O Ivo Pinto estava lá desde o ano anterior, o Ruben Lima também, embora naquela altura tivesse sido dispensado. Mas foi também o Paulo Machado e mais tarde chegaram o Wilson Eduardo e o Eduardo, o guarda-redes.

Como era o seu inglês?
Não era bom. Por sorte, no ano anterior eu tinha tido aulas de inglês, porque a minha mulher avisou-me que se um dia fosse para fora ia precisar. Acabou por ser importante. Mas naquela altura o meu inglês não era bom porque na escola eu tinha francês.

O que achou dos croatas?
Não sei se foi devido à guerra, mas era um povo um pouco frio e fechado. Embora no clube fossem muito amáveis e prestáveis. No início, como éramos cinco portugueses, estávamos sempre juntos no balneário, almoçávamos juntos, passávamos muito tempo juntos, mesmo em família, e por isso não tinha muito contacto com o jogador croata. No último ano e meio tive uma lesão grave e estive 18 meses parado, como fiz a recuperação numa clínica lá aproximei-me mais dos croatas, ia jantar e sair com eles. Aí é que comecei a conhecê-los melhor e gostei muito.