O futebol é um sítio estranho. Joga-se num campo de dimensão assinalável, tem onze jogadores de cada lado a disputarem a conquista de uma bola com o objetivo de a colocar dentro de uma baliza. Sabe-se também que dois deles podem jogar com as mãos dentro das áreas e são eles a última barreira que tenta impedir o adversário de concretizar o objetivo do jogo.
No início ficava um atrás, e todos os outros próximos da baliza do adversário. O foco era colocar o mais rapidamente possível a bola em zonas próximas da baliza do rival e, pensando-se lá, havia uma grande concentração de jogadores e confiava-se na capacidade destes para ganhar essa bola, ou, não ganhando, para ficarem com o ressalto e tentarem assim atacar a baliza. Ainda antes da regra do fora de jogo, alguns começaram a perceber que não compensava ter tantos na frente porque a bola era disputada num espaço de cada vez, e que não era por ter a frente de ataque toda preenchida, ou mesmo o espaço central, que se garantia maior probabilidade de ganhar a bola, ou de ficar com os ressaltos. Percebeu-se que ter mais jogadores da equipa concentrados num espaço levava mais adversários a concentrarem-se nesse mesmo espaço e, com isso, congestionava-se uma zona sem grande tempo de ação para o portador da bola.