Expresso

SAD do FC Porto aumenta capital a captar junto de adeptos e investidores para 50 milhões de euros

Financiamento a obter pela SAD do Porto sobe 25% com a decisão da equipa de Pinto da Costa

Quality Sport Images/Getty

A SAD do Futebol Clube do Porto decidiu aumentar o financiamento que pretende obter junto dos adeptos e investidores. A operação de emissão de obrigações é agora de 50 milhões de euros, depois do anúncio de revisão do objetivo, um valor que compara com os €40 milhões iniciais.

Foi em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários que a subida do valor foi revelada: “Informa-se que a Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD decidiu, através de deliberação do seu Conselho de Administração no dia 4 de abril de 2022, aumentar o número máximo de obrigações representativas do empréstimo obrigacionista denominado ‘FC Porto SAD 2022-2025’”.

Eram 8 milhões de obrigações para reembolsar em 2025, cada uma com um valor de 5 euros, mas com este novo limite anunciado estão em causa 10 milhões de obrigações (5 euros de valor unitário, igualmente). Normalmente, as empresas aumentam os montantes a meio dos prazos porque percebem que a procura supera (ou prepara-se para superar) a oferta e assim conseguem maior financiamento.

O FC Porto pretende colocar os €50 milhões, mas com as comissões e outros encargos só conseguirá encaixar 47,9 milhões. A taxa de juro fixa bruta da operação continua a ser de 5,25% ao ano. Emitir obrigações significa obter um financiamento, para a SAD, ou um investimento, para quem aplica o seu dinheiro: a SAD recebe os €50 milhões para os fins definidos; os investidores pagam pelas obrigações, recebem juros anuais e, dentro de três anos, recebem também o capital.

Mantém-se a intenção de a SAD liderada por Pinto da Costa conseguir o montante por duas vias: subscrição em dinheiro; subscrição com a entrega das obrigações 2021-2023. O grande objetivo é substituir grande parte da dívida que se vence em 2023 por dívida que a SAD só terá de devolver em 2025.

Isto porque o FC Porto teria de fazer um grande esforço caso não trocasse parte da dívida a vencer-se no próximo ano já que, em 2021, precisou de emitir um montante significativo (para pagar emissões anteriores). Foram 64,8 milhões de euros que teriam de ser pagos na totalidade no próximo ano, se nenhum dos seus titulares aceitasse a troca agora proposta. Quem aceitar trocar passa a receber um juro de 5,25% em vez dos 4,75% que estavam em vigor desde o ano passado, mas só receberá o investimento em 2025, e não em 2023.

A emissão de obrigações vai estender-se até ao próximo dia 8 de abril, pelas 15h00, sendo que os resultados são conhecidos no dia 11.

Presidida por Jorge Nuno Pinto da Costa, a SAD do FC Porto é detida pelo clube, com uma posição de 75,99%, sendo que são minoritários António Oliveira, com 7,34%, e a Olivedesportos, de Joaquim Oliveira, com 6,68%. No primeiro semestre, o clube teve prejuízos de 10 milhões de euros, continuando a apresentar uma situação patrimonial negativa, com o capital próprio (diferença entre ativo e passivo) é negativo em quase 200 milhões — o que leva também a alertas do seu auditor.