Exclusivo

Expresso

Benfica - Liverpool. Será possível travar o Ferrari de Jurgen Klopp?

Travar uma das melhores equipas do mundo, a melhor a pressionar, vai exigir um Benfica sem falhas do ponto de vista tático. O analista e treinador Blessing Lumueno traça o perfil do Liverpool e os pontos menos bons que os encarnados poderão aproveitar esta terça-feira (20h, TVI/Eleven1) para surpreender

Alex Dodd - CameraSport/Getty

Para travar o melhor ataque da Premier League, o Benfica necessitará de estar muito afinado do ponto de vista tático, mas também de se mentalizar que os comandandos de Klopp são uma equipa que os vai obrigar a terem esforços de alta intensidade repetidamente. À partida pode parecer que os encarnados estão preparados para este tipo de esforço por serem uma equipa que joga a Liga dos Campeões e com a exigência interna de lutar sempre pelo título; mas na verdade o campeonato nacional está longe de oferecer esse tipo de estímulo de forma regular para que fique no corpo dos jogadores.

Jurgen Klopp vai alternando a formação da sua equipa, tanto no sistema tático, como nos onzes lançados para cada jogo. A base é o 1-4-3-3, com os avançados sem posicionamentos fixos. Aparecem por dentro, por fora, a ligar o jogo mais atrás ou a tentarem movimentos de ruptura para as costas da linha defensiva do adversário.

Há ainda variabilidade invejável entre Jota, Firmino, Salah, Mané e Luis Díaz. Para lá das características individuais sobejamente conhecidas por todos, Jota tem jogado no papel de avançado centro muitos vezes, tão perfeito tem sido o encaixe entre as suas desmarcações e o tipo de serviço para a área que o Liverpool privilegia. Seja de cabeça, na profundidade, ou para encostar, Jota identifica espaços para atacar a finalização de forma fantástica. Por isso, tem algumas vezes relegado para o banco Firmino, que é semáforo do Ferrari de Anfield.

Por estranho que possa parecer, defender perto da baliza, com as linhas baixas, não é o que causa mais dificuldade a este Liverpool, mesmo tendo em consideração o perfil velocista dos jogadores da frente. Para lá da velocidade, eles também têm habilidade para ultrapassar um ou mais adversários e finalizar ou servir com facilidade. Associado a isso, aparece uma segunda linha de jogadores, normalmente médios, com qualidade para rematar de fora da área e colocar em xeque a baliza do Benfica. Thiago, Henderson ou Fabinho, e ainda Robertson e Alexander-Arnold quando em posições mais interiores.

Para terminar, há uma coerência enorme entre a pressão que realizam quando a equipa perde a bola e a forma como se desdobram em contra-ataque, com os avançados a procurarem romper a última linha e aproveitar um momento de desorganização dos adversários. Klopp, aliás, costuma dizer que não há melhor playmaker do que recuperar a bola no meio-campo ofensivo.