Bruno Paixão está sentado numa cama de solteiro com três “Brunos Paixões” colados na parede por trás dele. São pósteres do antigo árbitro em ação ou em pose, com o equipamento oficial, e estão por cima de desenhos com nomes de bandas metal, como os Pantera. “Este era o quarto de adolescente do meu irmão, agora vivo aqui”, conta, enquanto remexe em papéis e contratos que esteve a preparar para fazer “um striptease” da “vida financeira, pessoal e desportiva”.
É um homem “falido”, que admite ter sido pago por uma empresa de José Bernardes — suspeito de lavar dinheiro do Benfica — mas garante que se limitou a cumprir um contrato para fazer um trabalho. Quer ser ouvido pela Polícia Judiciária e garante que nunca foi corrompido. “Da única vez que me aliciaram, denunciei o caso à PJ e acabou tudo arquivado.”
Quando e como conheceu o empresário José Bernardes?
Em 2013. Sou engenheiro de produção industrial. Acabei o curso em 2002 e fui estagiar para uma empresa, no departamento de qualidade. Em 2004 sou árbitro internacional e fui chamado à administração para me dizerem que não contavam comigo porque, visto eu ser internacional, não iria ter disponibilidade para trabalhar com a empresa, e dispensaram-me. Com a minha saída de árbitro internacional, em 2012, decidi reformular a minha vida profissional na área da qualidade. Constituí uma empresa através do advogado Fernando Ferreira. Investi nos cursos da ISO 9001, como consultor. Distribuí currículos por várias pessoas e a dada altura, em 2013, sou contactado pelo José Bernardes para uma entrevista de emprego.
Já o conhecia?
Não. Ligou-me do nada. Foi aí que o conheci pessoalmente. Apresentou-me a empresa informática, a Best For Business, que na altura era em Miraflores. Era uma boa oportunidade para me lançar na área da qualidade, certificando as empresas daquele grupo, o Magnetic Group. Fiz um contrato de trabalho de nove meses, como consultor de qualidade, entre novembro de 2013 e agosto de 2014.
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