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Semanário. Bruno Paixão: “Nunca fui corrompido. Levem o meu computador para o analisarem”

Bruno Paixão deixou de apitar jogos de futebol em 2019 e, no verão passado, abandonou em definitivo a arbitragem. Esta semana, teve o nome associado a uma investigação judicial por, alegadamente, ter recebido milhares de euros do Benfica através de uma empresa de José Bernardes, arguido do processo ‘Saco Azul’. Em entrevista exclusiva ao Expresso, o ex-árbitro diz que se “limitou a cumprir um contrato”, admite estar em “falência técnica” e ter “vontade de levantar o histórico bancário, entregá-lo à PJ e ser ouvido”

Bruno Paixão está sentado numa cama de solteiro com três “Brunos Paixões” colados na parede por trás dele. São pósteres do antigo árbitro em ação ou em pose, com o equipamento oficial, e estão por cima de desenhos com nomes de bandas metal, como os Pantera. “Este era o quarto de adolescente do meu irmão, agora vivo aqui”, conta, enquanto remexe em papéis e contratos que esteve a preparar para fazer “um striptease” da “vida financeira, pessoal e desportiva”.

É um homem “falido”, que admite ter sido pago por uma empresa de José Bernardes — suspeito de lavar dinheiro do Benfica — mas garante que se limitou a cumprir um contrato para fazer um trabalho. Quer ser ouvido pela Polícia Judiciária e garante que nunca foi corrompido. “Da única vez que me aliciaram, denunciei o caso à PJ e acabou tudo arquivado.”

Foto: Nuno Botelho

Quando e como conheceu o empresário José Bernardes?

Em 2013. Sou engenheiro de produção industrial. Acabei o curso em 2002 e fui estagiar para uma empresa, no departamento de qualidade. Em 2004 sou árbitro internacional e fui chamado à administração para me dizerem que não contavam comigo porque, visto eu ser internacional, não iria ter disponibilidade para trabalhar com a empresa, e dispensaram-me. Com a minha saída de árbitro internacional, em 2012, decidi reformular a minha vida profissional na área da qualidade. Constituí uma empresa através do advogado Fernando Ferreira. Investi nos cursos da ISO 9001, como consultor. Distribuí currículos por várias pessoas e a dada altura, em 2013, sou contactado pelo José Bernardes para uma entrevista de emprego.

Já o conhecia?

Não. Ligou-me do nada. Foi aí que o conheci pessoalmente. Apresentou-me a empresa informática, a Best For Business, que na altura era em Miraflores. Era uma boa oportunidade para me lançar na área da qualidade, certificando as empresas daquele grupo, o Magnetic Group. Fiz um contrato de trabalho de nove meses, como consultor de qualidade, entre novembro de 2013 e agosto de 2014.

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