Expresso

Kamila Valieva alega que o teste positivo a substâncias ilícitas se deveu a um “medicamento do avô”

De acordo com um elemento dos Jogos Olímpicos de Inverno, a patinadora russa de 15 anos justificou a presença de substâncias não autorizadas no seu organismo com o recurso a um medicamento que o avô toma. O teste anti-doping positivo aconteceu antes de viajar para a China e o Tribunal Arbitral do Desporto autorizou-a a continuar em competição

A patinadora artística Kamila Valieva terá avançado com uma explicação inesperada para o teste antidoping positivo. Aos investigadores do Comité Olímpico Internacional (COI), a atleta de 15 anos terá dito que o acesso à substância que, embora usada como terapia para a angina, é proibida no desporto, foi feito através de um medicamento que o avô toma.

Apesar disso, a russa de 15 anos foi autorizada pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) a participar nas provas individuais e avisada de que uma nova suspensão provisória não deve ser aplicada. Denis Oswald, do COI, disse à “BBC”: “O argumento dela [Kamila] foi que a contaminação aconteceu por causa de um produto que o avô andava a tomar”.

Apesar da controvérsia, a decisão do tribunal permite à patinadora continuar em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno. Esta terça-feira, Kamila vai competir para o ouro na prova feminina de patinagem artística. A adolescente diz-se “feliz”, mas “emocionalmente cansada”.

Apesar da tenra idade, Kamila Valieva era vista como uma das favoritas antes dos Jogos. A sua equipa venceu a prova coletiva e, devido à substância ilícita, os problemas começaram. Ainda assim, Kamila continuou a treinar, ainda que sem saber se iria continuar a competir. “Estes últimos dias foram muito difíceis para mim”, admitiu a um canal de televisão russo. A “BBC” acrescenta que era possível ver lágrimas no rosto de Valieva enquanto treinava. “Estou feliz, mas, ao mesmo tempo, emocionalmente cansada”, disse a atleta.

De acordo com a estação televisiva britânica, Valieva já sabe que, caso ganhe uma medalha no evento individual, que começa na terça e termina na quinta-feira, o COI não autorizará a cerimónia de entrega dos troféus sem que haja a certeza de que a prova foi disputada de forma justa.

A patinadora russa diz que tem sido apoiada nas redes sociais. “Quando abro o Instagram, vejo tantos votos positivos e tanta crença. Já o tinha visto em Moscovo. Há cartazes a dizer ‘Kamila, estamos contigo’. É muito bom. Nestes momentos difíceis, este apoio é muito importante para mim”, contou Kamila Valieva.