O caso remonta a 2013. Robinho, o avançado brasileiro que no início do século havia encantado os mais puristas do futebol na Vila Belmiro, a casa desse viveiro de talentos que sempre foi o Santos, tentava no AC Milan a enésima ressuscitação de uma carreira que acabou por nunca ser o Olímpo que se apregoava. Numa noite de janeiro, enquanto se divertiam numa conhecida discoteca de Milão, o jogador e mais cinco amigos conheceram uma jovem albanesa, a quem ofereceram bebidas. Depois das duas acompanhantes da mulher de 23 anos saírem do bar, o grupo terá obrigado a vítima a ter relações sexuais quando esta se encontrava inebriada e incapaz de se defender.
O jogador sempre jurou que a relação havia sido consensual, mas esta quarta-feira, depois de um longo processo que teve uma primeira decisão em 2017, quando Robinho jogava no Atlético Mineiro, esgotaram-se os recursos do jogador: o Supremo Tribunal de Cassação de Roma, a última instância da justiça italiana, condenou Robinho e um dos amigos presentes na noite do crime a nove anos de prisão efetiva. O avançado foi “apanhado” em escutas a confirmar que sabia do estado de embriaguez da vítima aquando do crime. As perícias encontraram também vestígios biológicos do amigo na roupa da jovem.
Apesar da condenação, o futebolista poderá nunca vir a cumprir a pena, já que o Brasil não permite a extradição de cidadãos nacionais. Robinho, que não joga desde 2020, só poderá ser detido caso Itália emita um mandado internacional e o jogador seja preso fora do Brasil.
Advogados ouvidos pelo “UOL Esporte” sublinham que a justiça italiana poderá solicitar que Robinho cumpra a pena no Brasil, mas o mesmo portal diz que a equipa de defesa do jogador de 36 anos considera “quase impossível” que Robinho venha a ser detido no seu país.