Está em todo o lado ao mesmo tempo. Khvicha Kvaratskhelia é o Big Brother georgiano. No supermercado, bebidas energéticas com a cara do jogador, o símbolo do Nápoles e o número 77. Nas ruas, bandeiras com referências ao Euro e camisolas que disfarçam mal os defeitos da falsificação.
As homenagens ao nome mais reconhecido da seleção em estreia numa grande prova multiplicam-se em formatos vários. Em Batumi, há um mural imponente, proporcional ao que Kvaratskhelia significa para a Geórgia. Os contornos das tintas fazem o rosto barbudo trepar um dos muitos edifícios trivialmente modernos da cidade.
Batumi respira vanguardismo. Os edifícios parecem inspirados nos desenhos excêntricos do urbanismo do Médio Oriente. Pequenos apontamentos de dourado nos edifícios asseguram o brilhantismo que se julgava perdido. Durante o domínio o soviético, a cidade portuária cujas fronteiras perpassam no Mar Negro perdeu a ligação comercial que mantinha com o mundo e ficou ao abandono.
Com um dispendioso e rapidamente aplicado plano de requalificação levado a cabo no início deste século, já depois do país se ter tornado independente (1991), a cidade fantasma ganhou a vida que hoje se lhe conhece. O futebol tem seguido um rumo semelhante. Quanto mais moderna está a Geórgia, mais se desenvolve a seleção nacional.