Nuno Borges está de regresso a Portugal após mais um feito neste seu ano de 2024 que está pejado deles. Depois da 4.ª ronda no Open da Austrália, para abrir o ano, do primeiro título ATP, e logo batendo Rafael Nadal na final, em Bastad, voltou a chegar aos oitavos de final de um Grand Slam, agora no US Open.
Despediu-se com uma derrota pesada frente a Daniil Medvedev, que já tinha sido o seu carrasco em Melbourne, e admite que pesou jogar no maior estádio de ténis do mundo, mas tal não apaga uma grande semana em Nova Iorque, que lhe vai permitir subir ao top 30 pela primeira vez. Há dois anos, o maiato de 27 anos chegava pela primeira vez ao quadro principal de um torneio do Grand Slam e lutava para entrar no top 100. Agora admite que pensa no número 28: ultrapassá-lo significará tornar-se no melhor português de sempre no ranking, superando João Sousa.
Estes últimos dias já deram para pensar e analisar o que correu menos bem no jogo com o Medvedev?
Logo de início, assim que entrei em campo, senti um bocadinho a grandeza do estádio. Fiz o aquecimento lá de manhã antes dos jogos começarem, mas depois, quando entras em campo com o estádio não cheio, mas praticamente cheio, com mesmo muita gente, é um ambiente que não me é muito familiar. Se calhar não me ajudou a trazer logo o meu melhor ténis de início. E do outro lado estava um jogador que está super acostumado àquelas condições, àquele grande estádio, a um ambiente daqueles. Não ajudou. Acho que a diferença no nível já era alguma e se calhar o ambiente não me ajudou a ter mais confiança e tentar puxar um bocadinho por mim mesmo. O Medvedev foi superior, o resultado mostrou isso e eu se calhar estive um bocadinho abaixo do meu nível, pelo menos daquilo que eu gostaria e que apresentei nas rondas anteriores. É um acumular de fatores, também não estava 100% fisicamente fresco, já estava com alguns jogos em cima. Depois um ou outro serviço que me sai fora também pode ser fruto do desgaste, não me estava a sentir tão disponível como em outros jogos para correr, para aguentar no rally, tudo isso acho que afetou. E ele foi extremamente competente e exigiu muito de mim, acabo por fazer mais erros do que se calhar faria com outro jogador.
O Medvedev ainda por cima falha pouco, é como jogar contra uma parede.
Falha pouco e faz-nos parecer que estamos a jogar mal e a falhar, a cometer erros. É o efeito que ele nos dá.