(a entrevista aconteceu entre a vitória contra o Palmeiras e o empate contra Athletico Paranaense)
Com que então não quer saber do segundo lugar e da tabela…
[risos] Não queremos, não. A primeira vez que olhámos para a tabela foi quando finalizámos a primeira volta e fizemo-lo para saber como é que estávamos em termos da definição dos nossos objetivos. Nós temos um departamento de analytics que nos passa todos os dados e estes têm a ver com aquilo que é a implementação dos nossos comportamentos e obviamente os nossos comportamentos contra cada um dos nossos adversários, em particular no Brasileirão, porque é uma prova bem mais regular. Então, uma vez que já tínhamos jogado contra todos, quisemos saber, dentro daquilo que são os nossos comportamentos, onde é que estávamos posicionados e aí, sim, tem a ver com posição na tabela. Acreditamos sempre que com esses comportamentos que são colocados em campo estaremos mais perto de conseguir o maior número de pontos e vitórias. Acreditamos muito num processo que leva ao produto.
Hm, hm.
Definimos inicialmente com o grupo, sendo realistas e ambiciosos ao mesmo tempo, dentro do estudo que foi feito com este mesmo departamento sobre os últimos 10 anos do Brasileirão, em termos de médias de golos marcados, sofridos, de pontos por jogo e diferentes posições e rankings, essas coisas todas, e apresentámos aos jogadores e dissemos onde é que temos capacidade para estar. Todos enquadrámos o nosso posicionamento entre o G6 e o G8 [classificação na tabela], isso daria uma média de pontos de 1.43 e 1.54, e era aí que estávamos sempre a insistir. Insistimos aí em cada um dos jogos, que nos vai dar essa média de pontos, e depois colocamos também uma tabela mensal, com um conjunto de situações para percebermos onde estamos, quer em termos globais, quer por jogo, naquele mês... porque há o bicho [sorrisos], o bicho é o prémio e eles têm prémio por jogo.
Depois da vitória com o Palmeiras falou em respeito. Sentiram-se desrespeitados porquê?
Eu não gosto de falar nos árbitros, aprendi a não comentar os árbitros. O meu comportamento no México, por exemplo, era muito agressivo. Devo ter sido dos treinadores, provavelmente, mais expulso daquele campeonato e isso tirava-me o foco e a energia. Hoje, no Brasileirão, provavelmente estou no ranking contrário, com zero advertências e zero cartões amarelos [nem de propósito, Caixinha levou amarelo este domingo, contra o Athletico Paranaense, mas garante a este jornal que se exaltou por uma perda de bola de um futebolista do RB Bragantino, não contra os árbitros]. Deixar os árbitros fazerem o trabalho deles é importante. Mas aconteceram muitas coisas no jogo. Por exemplo, desde o início do jogo, o guarda-redes do Palmeiras atirou-se para o chão quatro ou cinco vezes. Só vi isso na Arábia Saudita, nos tempos em que fui acompanhar o José Peseiro nessa aventura, onde constantemente a qualquer momento os guarda-redes iam para o chão e isso é motivo para paragem do jogo. Quando virámos o jogo no minuto 90, o nosso guarda-redes obviamente fez isso pela primeira vez e foi advertido. Foi advertido com uma agressividade incrível. Dois pesos e duas medidas. E isso, para mim, é falta de respeito.