Benfica

“Desiludido” e “frustrado”, Kökçü deu uma entrevista em que pede “liberdade”: “Nunca senti que me davam a devida importância no Benfica”

Em declarações ao “De Telegraaf”, o turco, a contratação mais cara do Benfica para esta temporada, desabafou sobre uma primeira temporada nas águias que “não está a ser como esperava”. Queixando-se de que Schmidt o “prende demasiado a todo o tipo de tarefas defensivas” e da quantidade de vezes em que é substituído, deixa um pedido: “Dêem-me o papel certo”

Gualter Fatia/Getty

No verão de 2023, meia época depois da saída milionária de Enzo Fernández para o Chelsea, o Benfica foi aos seus cofres buscar €25 milhões, mais €5 milhões em objetivos, para contratar Orkun Kökçü, médio que vinha ganhando grande destaque no Feyenoord. O estatuto que o turco obtivera em Roterdão, associada à quantidade gasta na aquisição, fizeram explodir as expetativas mas, apesar de somar já 34 encontros pelas águias, o centrocampista ainda não cumpriu inteiramente com o que era esperado.

A meio de um período cheio de decisões para os campeões nacionais, a compra mais cara da temporada dos lisboetas deu, ao “De Telegraaf”, uma entrevista em que deixa várias mensagens fortes, sempre tocando na tecla da insatisfação. Questionado sobre o seu começo na Luz, Kökçü não deixa dúvidas: “Não está a ser como esperava”, diz.

Após tornar-se numa das figuras maiores da Eredivisie, o médio conta que fez “uma escolha consciente pelo Benfica” com a “ideia de que era o melhor passo” na sua carreira. Não obstante, “isso aconteceu apenas em parte”, considera o futebolista de 23 anos.

Parte das queixas de Kökçü estão relacionadas com o “estatuto”. “Vi a maneira como outros jogadores são reconhecidos em Portugal e nos outros clubes grandes. Desde o início, nunca senti que me davam a devida importância no Benfica. Nem mesmo da parte do treinador”, queixa-se o turco, que destaca ainda que “o português não é fácil de aprender”, pelo que “muitas coisas” lhe “passam ao lado”.

Kökçü explica que “a adaptação” foi “difícil”, já que teve de encaixar numa função a que, diz, não estava habituado. “Schmidt prende-me demasiado a todo o tipo de tarefas defensivas. Isso não é correto se quiseres mesmo rentabilizar as minhas qualidades”, atira, pedindo “liberdade”, a qual o faz “dar mais”."Posso fazer muito mais. Estar frustrado pode estar relacionado com isso".

O centrocampista só completou os 90 minutos em sete ocasiões. Ser regularmente substituído é algo que o deixa “desiludido", sendo que também a relação com os adeptos é tema. “Ainda não sou o jogador mais amado, mas é algo que consigo compreender. As expetativas são altas e não fujo disso. Mas dêem-me o papel certo!", pede o jogador que, no Feyenoord, venceu uma Eredivisie e uma Supertaça. No Benfica, em agosto, ganhou a Supertaça.