Nasceu em Pedrógão Pequeno. É filho e irmão de quem?
O meu pai trabalhava na EDP, andava de barragem em barragem. Havia um bairro da EDP, perto da barragem de Pedrógão Pequeno, onde os trabalhadores viviam e eu acabei por nascer em casa. A minha mãe diz que sou tão teimoso que até decidi quando queria nascer, porque um dia antes ela foi ao hospital e os médicos disseram-lhe: “O seu filho não vai nascer agora, pode ir para casa”. A minha mãe conta que pouco depois dela entrar em casa, rebentaram-lhe as águas [risos]. Ela foi sempre doméstica, cuidou de mim e da minha irmã, sete anos mais velha que eu.
Cresceu em Pedrógão Pequeno?
Só lá fiquei três anos, depois fomos para Castelo Branco porque o meu pai foi da barragem do Cabril para a barragem do Fratel.
Quando era pequenino deu muitas dores de cabeça ou foi uma criança calma?
Desde que não me tirassem a bola, eu era calminho. É inacreditável a relação entre mim e a bola, eu dormia com a bola, ia com a bola para todo o lado. Não sei andar de bicicleta, e a minha filha goza muito com este tema, exatamente porque só queria estar com a bola. Os meus amigos iam andar de bicicleta e eu ficava a rematar a bola contra a parede, sozinho.
O que dizia querer ser quando fosse grande?
Futebolista. Era o que eu dizia a toda a gente.
Em casa torcia-se porque clube?
Benfica. Avô, pai, mãe, toda a gente na família.
Da escola, gostava?
Gostava e era bom aluno.