Exclusivo

A casa às costas

“Na Malásia os jogadores marcam casamento com a época a decorrer. Diziam-me: 'Ó mister, olhe que para o mês que vem caso, não conte comigo'”

Eduardo Almeida está novamente na Indonésia, onde se prepara para voltar a treinar o Semen Padang. Nesta segunda parte do Casa às Costas, o treinador português fala-nos das duas experiências no Laos, Malásia, Tailândia e Indonésia, além das passagens por clubes portugueses como o Pinhalnovense e o Angrense. Revela que jantou com Xanana Gusmão e confessa que gostava de ter uma oportunidade maior no futebol português, mas que parece cada vez mais difícil

NUNO BOTELHO

Após treinar o African Lyon, da Tanzânia, foi para Laos, em 2015, país de onde não se ouve falar sobre futebol. Como é o futebol no Laos?
É mau [risos]. O Laos aconteceu através do Kaz Patafta, um australiano que esteve no Benfica há muitos anos. Ele falou com o presidente do Lane Xang Intra, que me convidou. Tinha uma grande ideia: fazer o Chelsea do Laos e da Ásia. As condições eram boas, o campo onde treinávamos era espetacular. Tudo novo, tudo impecável. Mas o campeonato era fraco, apesar de quase todas as equipas já serem profissionais.

O futebol é fraco em que aspeto?
O Laos não tem formação, não tem muitos jogadores locais com qualidade. O poder financeiro das equipas para ir buscar estrangeiros, tirando a nossa, era baixo. Só havia duas equipas, o Laos Toyota e a nossa, com essa capacidade. Há poucas equipas, acho que eram oito só. Normalmente nesses países os estádios são do estado ou da câmara local. Os estádios em si têm qualidade, mas é difícil arranjar os campos de treino com qualidade.

Foi sozinho para o Laos?
Não, levei o Paulo Menezes como adjunto.

A casa às costas